
Cedo se percebe que o que puxou Enslin para a escrita do seu primeiro livro, essa vontade interior, esse entusiasmo deixou de existir, fazendo-o optar por um distanciamento em relação ao mundo que o rodeia. Será o quarto, também ele uma personagem temperamental, que o fará olhar de frente os demónios interiores que o atormentam, usando as suas memórias e experiências mais dolorosas como uma arma, levando-o ao limite da sua sanidade numa dimensão que não se rege pela realidade.
Infelizmente, o efectivo terror, apesar de boas soluções visuais, é muito menos interessante que a construção prévia do mesmo. Mikael Håfström “Derailed” vai adicionando camadas de paranóia e medo sem, no entanto, conseguir ser verdadeiramente original quanto à materialização do terror. A adaptação do conto “1408”, integrante da antologia “Everything's Eventual: 14 Dark Tales” de Stephen King, é uma história de fantasmas competente, mas pouco mais que isso.
Até gosto do Cusack, mas o prazer de o ver como um espertalhão cínico no início do filme é mal substituído pelo histerismo de um homem à beira do colapso psicológico. Quanto a Samuel L. Jackson, sabe sempre a pouco, e o seu duelo verbal com Cusack é certamente o ponto alto de “1408”. E quanto a Stephen King no cinema, é melhor esperar por “The Mist” de Frank Darabont, que deverá estrear nos EUA no próximo mês. 6/10
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