segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Knowing (2009)



país: EUA
género: Drama, Thriller

realização
Alex Proyas

intérpretes
Nicolas Cage, Chandler Canterbury, Rose Byrne

sinopse

Em 1958, como parte de uma cerimónia de uma escola, um grupo de alunos faz alguns desenhos para serem guardados numa cápsula do tempo. 50 anos depois, uma nova geração de estudantes, ao abrir o conteúdo da cápsula, descobre uma folha cheia de números aparentemente aleatórios. A sequência numérica é finalmente descodificada e, em choque, descobrem que os números correspondem a datas de todas as grandes tragédias dos últimos 50 anos. E algumas catástrofes ainda não sucederam...


Critica

Logo no início de Knowing é iniciado um debate entre o determinismo e a aleatoriedade, que denuncia de imediato o que a seguir se passa. E é baseado nesses pequenos pormenores supostamente interessantes que o argumento de Ryne Douglas Pearson e Juliet Snowden se camufla de inteligência.

Realizado pelo cineasta egípcio Alex Proyas, autor de Dark City (1998) e I, Robot (2004), esperava-se uma película com alguma qualidade superior. O seu dedo encontra-se bem vinculado pois estamos perante uma obra graficamente espectacular, com efeitos visuais que transmitem veracidade ao argumento. E esse é, de facto, um dos maiores pontos de interesse do filme. Faz recordar, de certa forma, filmes como Signs (2002), numa perspectiva ainda mais sci-fi, ligando-se a questões de carácter mais prático como a numerologia ou a astrofísica.

O problema e que reduz o potencial do filme é a sensação de dejà vu que se espelha em obras com espírito apocalíptico, num argumento com demasiados clichés. O ambiente negro que mistura conceitos sobrenaturais, crenças religiosas e algum misticismo contrasta com o espírito de ficção científica. Mas a dada altura encontramos demasiadas lacunas que podemos encarar de duas perspectivas: ou são reveladoras de um trabalho fraco ou é uma tentativa de dar ao espectador espaço de manobra para reflexão.

Contudo a grande falha será a nível do elenco, com Nicolas Cage enquanto protagonista, que revela algum carisma, melhorando em relação a trabalhos anteriores, mas falta-lhe algum ímpeto e expressividade. Por outro lado são Chandler Canterbury e Rose Byrne quem brilha mais.

O final é um dos grandes calcanhares de Aquiles do argumento. Mas esse clímax já vinha por demais anunciado com os pequenos detalhes dos diálogos que se foram apresentando ao longo do argumento. Por outro lado deixa o espectador com a dúvida do motivo de tal fim.

Reminiscências do Jardim do Éden ou do casal Adão e Eva? Talvez. Contudo, muitas lacunas ficam por responder. A maior é aquela com que o filme se iniciou. Qual a teoria correcta? Determinismo ou aleatoriedade? Essa nem Knowing soube responder. 6/10

Site Oficial; IMDB

Trailer








quarta-feira, 18 de novembro de 2009

District 9 (2009)




Ano: 2009
Estreia nacional: 24 de Setembro de 2009

País: EUA
Género: Ficção Científica

Realização
Neill Blomkamp

Intérpretes
William Allen Young, Robert Hobbs, Jason Cope


Sinopse

Há vinte anos atrás, uma nave extraterrestre apareceu sobre a Terra. Os Humanos esperavam um ataque hostil ou observar grandes avanços tecnológicos. Em vez disso, encontraram um grupo de não-humanos refugiados, possivelmente os últimos sobreviventes da sua espécie.

Enquanto as Nações de todo o Mundo discutiam sobre o que fazer com eles, as criaturas foram relegados para um gueto - Distrito 9. A Multi-National United (MNU), uma empresa de segurança privada, e também a maior fabricante de armas do Mundo foi contratada para supervisionar os visitantes. O verdadeiro objectivo da MNU é descobrir o segredo para a activação das armas mais poderosas, que requerem o DNA dos não-humanos.

O clima de tensão entre os não-humanos e os humanos surge quando um agente de campo da MNU, Wikus van der Merwe, contrai um vírus misterioso que começa a converter o seu próprio DNA. Wikus rapidamente se torna o homem mais procurado em todo o Mundo, bem como o mais valioso - ele é a chave para desvendar os segredos da tecnologia não-humana. Sem ajuda de ninguém, há apenas um lugar onde ele se pode esconder - Distrito 9



Critica Bilhardas


Polémica instalada, sucesso garantido. Não bastasse o estrondoso sucesso nos Estados Unidos, quer de bilheteira, quer de crítica, District 9 ainda conseguiu a proeza de ser banido na Nigéria, cuja censura considerou que os eventos relatados na fita prejudicam severamente a imagem deixada pelo povo nigeriano. O resultado? Muito provavelmente estaremos perante um sucesso comercial ainda maior que abrangerá uma significativa parte do globo tornando esta produção anti-blockbusteriana numa referência ao nível do lado mais obscuro de Hollywood, ou seja, aquele inerente à arrecadação de capital. Mas não nos enganemos, desde os primórdios da sétima arte que o cinema foi visto como um negócio lucrativo e global. Aliás, ainda antes de ser considerada uma arte, o cinema foi desenvolvido por homens de negócios com uma incrivelmente apurada visão que idealizaram um mundo onde a imagem corresponde a cifrões.

E se analisarmos o século que passou desde então percebemos que pouca coisa mudou a esse nível. Houve uma clara evolução (e certamente continuará a haver) mas uma coisa é certa: para que a indústria continue a funcionar precisa incessantemente de papel verde, o combustível de toda uma vida.


Ora, referindo-me mais concretamente a District 9 devo mencionar que não estamos, quanto a mim, perante a obra-prima que muitos proclamam mas, de facto, é inegável perceber que Neill Blomkamp nos ofereceu um produto muito competente e, sobretudo, muito metafórico, o que se revela o primordial trunfo de toda esta construção. Sob a alçada do todo-poderoso Peter Jackson, Blomkamp foi capaz de dar significado a tudo aquilo que escreveu. Argumento esse que consegue atingir níveis de satisfação elevados mas que infelizmente perde-se na última meia hora. Mas já lá vamos. Primeiro é fundamental destacar a tal componente metafórica que referi supra e que de resto é o primordial leitomiv para levar esta fita mais além.

A primeira que assombra a nossa visualização depara-se com o abuso de poder dos humanos e as suas consequências devastadoras. Pensemos, por momentos e de forma hipotética, que seres alienígenas invadem a privacidade dos humanos e que estes ripostam de forma extremamente célere através de uma violência corrosiva. Muitos pensarão: “Só têm aquilo que merecem”. Contudo, proponho agora uma análise à imagem que se apresenta do outro lado do espelho. Pensemos agora que os humanos, enquanto “intrusos” neste planeta, ameaçam diariamente a subsistência desta natureza. O que se sucede? De uma ou outra forma ela vai respondendo da melhor forma que consegue e quem sofre as devastadoras consequências somos nós, os humanos. É uma relação frutífera e simbiótica? De todo… mas dificilmente as atitudes e mentalidades poderão mudar abruptamente. Deste ponto de vista, Disrict 9 é também um filme “verde”.


Obviamente, e tendo em consideração o progresso da narrativa, rapidamente nos apercebemos que está lançado o mote para criticar veementemente a intolerância, o racismo, a xenofobia e a forma como a violência potencia um elo de ligação entre os vários campos de descriminação social. E aproveitando para fazer uma antecipação ao mais recente e polémico documentário de Michael Moore, Capitalism: A Love Story, District 9 mostra-se assaz competente nessa tarefa de criticar o mundo capitalista. Mas não é só, nesse ataque também está presente a forma mais ácida de corrosão humana: a corrupção. Tais críticas são igualmente reforçadas através do apontar de dedo à manipulação a que os meios de comunicação sujeitam os seus seguidores. Tal facto processa-se através de um conjunto de notícias falaciosas e, em bom português, “interesseiras”.


Mas mais do que um conjunto de metáforas, District 9 é, na sua essência, um mockumentary extremamente original que coloca o mundo da ficção científica num novo patamar. Isto processa-se muito graças a um conjunto de características originais e inventivas, quer nos estejamos a referir à concepção genial (criaturas simples mas eficazes. CGI extremamente competente), ao argumento interessante ou às interpretações intensas e poderosas. Se quiseres, nesse particular, podemos pensar na fita de Blomkamp como um novo [Rec] no que à intensidade diz respeito. Contudo, District 9 detém a capacidade de ser mais dinâmico além de ser capaz de manter uma estrutura claramente mais coesa. O realizador desta interessante fita conseguiu ser muito eficaz no seu trabalho, sobretudo no que toca ao seu papel atrás das câmaras. Curiosamente, o filme perde por ser demasiado “humano” e nesse campo, Blomkamp teve a capacidade de criar uma boa estrutura narrativa, surpreendente até, até à última meia hora. A partir daí, District 9 cede ao facilitismo dos lugares comuns inerentes ao amor e à amizade. No que às interpretações dizem respeito, destaco o actor principal que dá pelo nome de Sharlto Copley. Este consegue equilibrar perfeitamente a sua performance ao longo das mais variadas e distintas situações. E nesse particular torna-se fascinante observar como o actor encarna a sua personagem e consegue dar um significado especial às vivências antagónicas que a vida lhe proporciona. Em suma, refiro que District 9 é um filme muito interessante, situando-se num patamar claramente acima da média. Se é verdade que não é genial, não será menos verdade proferir que merece ser visto numa grande sala e que poderá proporcionar uma experiência cinematográfica intrigante. 7/10

Site Oficial

IMDB






Inglourious Basterds (2009)



Ano: 2009
Estreia nacional: 27 de Agosto de 2009

País: EUA, Alemanha
Género: Guerra, Acção

Realização:
Quentin Tarantino

Intérpretes:
Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Eli Roth, Diane Kruger, Samuel L. Jackson, Mike Myers

Sinopse

Shoshanna Dreyfus (Mélanie Laurent) assiste à execução da sua família, directamente pelas mãos do Coronel nazi Hans Landa (Christoph Waltz). No entanto, ela consegue fugir para Paris e começar de novo, com uma identidade falsa e dona de um cinema.

Entretanto, na Europa, o Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) organiza um grupo de soldados judeus, orientado para atacar alvos localizados: os Bastardos. Juntamente com uma actriz alemã e agente infiltrada, de seu nome Bridget von Hammersmark (Diane Kruger), eles planeiam derrubar o Terceiro Reich. Os destinos convergem todos para o cinema onde Shoshanna planeia a sua própria vingança.

Critica Bilhardas


Inglourious Basterds é um filme de um cinéfilo, feito para cinéfilos. O Cinema é homenageado em cada frame do filme, nem que seja por uma sala de cinema ser o palco do maior clímax da longa-metragem. Apenas alguém com enorme respeito pelo Cinema, mas também com uma visão avant-gard poderia ter a coragem de reescrever a História mundial. "I believe I just made my masterpiece" diz uma personagem em jeito de ironia, como que falando por intermédio de Tarantino.


Quentin Tarantino dá uma dimensão nunca vista à sua estética, num projecto quase megalómano, mas praticamente isento de erros. Como habitualmente dividido em capítulos, o cineasta reduz o seu espírito sanguinário e aumenta a extensão dos diálogos à la Tarantino, misturando os géneros filme de guerra, western spaghetti, melodrama, filme noir, comédia e thriller num único filme.

Mas sobretudo existe um maior cuidado com as imagens. Imagens essas que são o ponto alto do filme, numa cinematografia cuidada a cargo de Robert Richardson, que já trabalhou com o cineasta no díptico Kill Bill. A cena com Shosanna Dreyfus, enquanto se prepara para a sua vingança no cinema, é por demais reveladora da estética de Tarantino, num curioso e lindíssimo jogo de espelhos. Tanto a impactante cena inicial, que faz disparar o coração, como o final fulgurante e explosivo, fazem deste um dos melhores trabalhos fotográficos num filme do realizador. Já a banda sonora constitui outro dos pontos altos do filme, com fantásticos temas de Ennio Morricone, entre outros.

O elenco é outro achado. Especialmente o austríaco Christoph Waltz que desempenha uma das melhores personagens de um argumento de Tarantino, numa versatilidade tamanha, falando fluentemente em três línguas (inglês, francês e alemão), pontuando uma cena com algumas palavras em italiano. Mélanie Laurent é dotada de uma frieza e espírito de vingança intenso, mas ao mesmo tempo com uma aparência ingénua e frágil, o que lhe permite entrar completamente dentro da personagem. Brad Pitt e os seus bastardos, dão nome ao filme, mas acabam por ter uma visão demasiado caricatural e, embora divertida, parece de certa forma excessiva.

É também o uso da língua complementado com as imagens que faz de Inglourious Basterds o filme mais europeu do realizador, mas também um dos mais icónicos. Uma relação explosiva que faz do filme uma espécie de redenção através da linguagem do Cinema, que acaba por se regenerar ele próprio. 8/10

Site Oficial

IMDB

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vicky Cristina Barcelona (2008)


País: Espanha, EUA
Género: Drama, Romance, Comédia
Realização: Woody Allen
Intérpretes: Javier Bardem, Penélope Cruz, Scarlett Johansson, Patricia Clarkson; Rebecca Hall
Não só o casal de actores justifica amplamente as melhores das críticas pelos seus desempenhos nesta nova película do cineasta Woody Allen, como também Penélope merece inquestionávelmente o Óscar de Melhor Actriz Secundária.

Mas passemos à história. Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) são duas amigas que, de férias em Barcelona (a “cidade de fundo” ideal para este romance), dão de caras com um misterioso homem, Juan Antonio (Javier Bardem). Este convida-as a viajarem com ele até Oviedo. A princípio é Cristina quem cede aos encantos do pintor, mas Vicky, ao conhecê-lo melhor, deixa-se também ela cair num ideal de paixão que se revela mais tarde, efémero. Como Vicky está de casamento marcado, Juan Antonio encontra em Cristina a sua nova companheira.

Tudo seria perfeito não fosse a chegada de Maria Elena (Penélope Cruz), a passional ex-mulher de Juan Antonio. Após uma tentativa de suicídio a também pintora volta a viver com o ex-marido e com Cristina iniciando uma relação deveras interessante. Está assim criado um triângulo amoroso que se complementa e nos proporciona alguns dos momentos mais altos do filme.

Contando como ninguém as peripécias de uma vida a dois... ou a três, e retratando de forma irrepreensível toda a vivência humana, Woody Allen tem neste filme uma comédia um pouco “parada” por vezes, mas que com o decorrer da acção, e a intervenção de Penélope, acaba por se converter num regresso competente do realizador americano. Mantendo a sua paixão pela essência feminina, Allen consegue assim transmitir visuais de paixões avassaladoras, comoções com a música das violas espanholas, e uma essência envolvente de uma narrativa na terceira pessoa.

Bonito visualmente, “Vicky Cristina Barcelona” não vai, certamente, agradar a todos, mas tem a capacidade de nos levar a questionar o que realmente procuramos para a nossa vida no que a relacionamentos diz respeito.

“The trick is to enjoy life, accepting it has no meaning whatsoever.”

Nota Final: 7 / 10


Things We Lost in the Fire (2007)



Realização: Susanne Bier

Intérpretes: Halle Berry, Benicio del Toro, David Duchovny, Alison Lohman, Omar Benson Miller, John Carroll Lynch

Género: Drama

"Things We Lost in the Fire" é o melodrama puro e cru. Um drama intenso e pesado interpretado por dois grandes actores e já com provas dadas neste género. Lembremo-nos de Halle Berry em "Monster's Ball" (não me refiro à famosa cena com Billy Bob Thornton) e Benicio del Toro em "21 Grams". Outra das fortes presenças no ecran é a de David Duchovny que está a procurar a cura para o seu grave problema do vício do sexo.

A história é sobre uma jovem mulher que vê o seu feliz casamento terminar abruptamente com o assassínio do seu marido. Desesperada, procura num amigo de infância do seu marido, um homem que atravessa um problema de consumo de drogas, para se refúgiar e tentar aliviar a sua dor.

Não desilude quem gosta de verdadeiros dramas! 7/10

Site Oficial


sábado, 27 de dezembro de 2008

Chaos Theory (2007)


Realizador: Marcos Siega
Intérpretes: Ryan Reynolds, Emily Mortimer, Stuart Townsend, Sarah Chalke, Mike Erwin, Constance Zimmer
Sinopse
Frank Allen (Ryan Reynolds) tem aperfeiçoado a arte de viver através de um sistema infalível de calendários. O seu diário de listas “a fazer” é uma lenda, fazendo cada escolha seja ordenada e previsível. Mas a vida em si não obedece a esquemas de calendário ou coisas do tipo, e sua tão controlada vida vira um caos quando ele descobre que a sua esposa, Susan (Emily Mortimer), teve um caso com seu melhor amigo Buddy (Stuart Townsend), e que a sua filha de sete anos de idade, Jesse (Matreya Fedor), pode ser filha desta relação e não do seu casamento.
Critica
Frank Allen (Ryan Reynolds) tem a vida cuidadosamente (ou melhor, obsessivamente) organizada em fichas e num rigoroso calendário que não lhe dá margem de manobra e lhe oferece a tranquilidade de não ter de lidar com o inesperado. Após ter escrito um livro sobre o uso eficiente do tempo, Frank dá palestras “evangélicas” sobre este modo de vida. Tudo corre na perfeição até ao dia em que a sua mulher Susan (Emily Mortimer), em vez de adiantar o relógio 10 minutos para que ele lhe possa fazer um recado, acaba por atrasá-lo 10 minutos, abalando por completo o estruturado dia de Frank.

Este é o começo do desmoronamento de Frank como ele sempre se conheceu. Mas, em vez de abdicar do seu hábito, Frank transforma-o, passando a usar as fichas para escrever as diversas opções que se lhe deparam e escolhendo uma aleatoriamente (nem sempre a melhor ou a mais racional). Decidido a assumir o acaso como um elemento inevitável, Frank ver-se-á obrigado a questionar muito da sua vida no caminho para a verdade última.

O argumento de Daniel Taplitz não é dos mais consistentes, apelando a uma série de coincidências e azares que recaem sobre Frank e que nada têm a ver com o referido atraso de 10 minutos. Além disso, os abundantes clichés (como a mota símbolo de “liberdade”) tiram bastante potencial à história. A realização de Marcos Siega não é particularmente surpreendente, sobretudo tendo em conta a sua mais recente participação na terceira temporada da série televisiva ‘Dexter’.

Existe, no entanto, o esforço de dimensionar correctamente as personagens, especialmente Frank cujo equilibrado papel de pai e marido contrasta com o seu lado mais obsessivo. Ryan Reynolds tem a sua veia cómica bem afinada, mas o seu lado dramático deixa algo a desejar. O mesmo não acontece com a versátil Emily Mortimer, que, de forma sustentada, contrapõe a sua Susan a Frank sem se transformar nunca no seu oposto.

“Chaos Theory” fica além da expectativa lançada pelo seu próprio título quando falha em mostrar a componente orgânica da transformação. O que seriam as consequências naturais da mudança, aqui não passam de uma série de situações forçadas. Fica a ideia de que a verdadeira liberdade é aquela que se alcança quando nos atrevemos a sair de dentro de nós mesmos. 7/10


quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford (2007)


Realização: Andrew Dominik
Intérpretes: Brad Pitt, Casey Affleck, Mary-Louise Parker, Sam Shepard, Brooklynn Proulx
País: EUA

Sinopse
Para aqueles que roubou e aterrorizou, Jesse James (Pitt) pode ter sido apenas um criminoso, mas para os jornais de 1870 esta mítica personalidade era objecto de espanto e admiração. Alguns sugeriam mesmo tratar-se de um Robin dos Bosques, que atacava os poderosos que exploravam os pobres. Mais importante ainda, era um símbolo da liberdade e do espírito americano. Um dos seus admiradores era Robert Ford (Affleck), um jovem idealista que tinha a esperança de um dia cavalgar lado a lado com o seu ídolo. Mal sonhava que seria um dia apontado como o cobarde que matou Jesse James pelas costas...

A Critica

"The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford " teve 2 Nomeações aos Óscares da Academia: Melhor Fotografia e Melhor Actor Secundário, sendo esta nomeação um prémio mais que justo pela surpreendente interpretação de Casey Affleck, irmão de Ben Affleck que já protagonizou filmes como "Gerry" ou "Gone Baby Gone".

Quanto ao actor principal é o sempre brilhante Brad Pitt, actor que soube como poucos fugir ao estereótipo do "menino bonito" conquistando a admiração pelo seu talento dos cinéfilos por esse Mundo fora.

2007 foi um ano em que Hollywood apostou forte no regresso dos Westerns. Este foi um desses casos, numa história em que um assaltante com a cabeça a prémio vai perceber que pior que um inimigo é certamente um admirador sem a atenção necessária.

Fica só uma chamada de atenção; apesar de ser um Western, este não é um filme de acção. 8/10

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Aliens vs. Predator: Requiem (2007)


Realização: Colin Strause, Greg Strause
Intérpretes: John Ortiz, Steven Pasquale, Johnny Lewis
País: EUA

Sinopse: Aliens vs. Predator: Requiem mostrará as duas raças alienígenas em confronto pela segunda vez, desta vez num campo de batalha mais urbano, e claro com a interferência dos moradores locais.

A Crítica

Numa definição simples e lógica podemos dizer que uma sequela é a continuação dada a uma determinada narrativa aparentemente concluída.

Adaptando ao cinema, uma sequela é uma continuação de um filme introduzindo novas ideias e conceitos do realizador e argumentista ao enredo original. Nesta película dos irmãos Colin e Greg Strause, no entanto, as ideias novas são praticamente inexistentes, questionando a própria existência do filme.

Não basta uma reciclagem de sequências roubadas dos filmes anteriores e forçá-las despropositadamente a torto e direito ao longo dos cerca de noventa minutos em que este se arrasta. A inclusão de personagens humanos revela-se igualmente inapropriada e sem qualquer influência no decorrer da história.

Aliás, em «AVPR», as únicas cenas que se aproveitam são mesmo aquelas em que os seres alienígenas se revelam e pouco mais. Talvez fosse mais interessante realizar um filme onde os Aliens e os Predadores fossem os únicos protagonistas. 5/10

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

11:14 (2003)


Ano: 2003
País: EUA, Canadá
Género: Drama, Thriller, Comédia
Realização: Greg Marcks
Intérpretes: Henry Thomas, Hilary Swank, Blake Heron, Barbara Hershey, Clark Gregg, Colin Hanks, Ben Foster, Patrick Swayze, Rachael Leigh Cook, Jason Segel

Às onze e catorze da noite, as vidas suburbanas de um motorista bêbado, uma adolescente aborrecida, um pai protector, um operário preguiçoso e uma rapariga manipuladora entram em rota de colisão, originando uma série de inesperadas voltas e reviravoltas... 8/10

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10,000 BC (2008)

Realização: Roland Emmerich
Intérpretes: Steven Strait, Camilla Belle, Cliff Curtis, Nathanael Baring, Tim Barlow, Suri van Sornsen

Esta é a magia do cinema. Consegue levar-nos a lugares e tempos que nunca foram os nossos. Podemos assim materializar imagens que fomos desenvolvendo na nossa cabeça, daquilo que imaginamos que poderão ter sido esses outros tempos. E se há tempos que nos fascinam, esses tempos são os da Pré-História. Animais gigantescos e assustadores, paisagens imensas e actividades grupais estranhas mas belas, o ínicio daquilo que foi a presença do Homem na Terra, tudo isto assalta a nossa curiosidade e é tudo isto que foi abordado neste "10,000 BC".

Não tem um argumento extraordinário, mas também não me parece que fosse esse o objectivo. Efeitos especiais muito acima da média e acção vibrante, essas são as reais armas desta obra assinada por Roland Emmerich, um papa bilheteiras que já realizou filmes como "The Day After Tomorrow", "The Patriot", "Godzilla" ou "Independence Day".Claro que quem procura um retrato exacto do que acontecia 10 000 Antes de Cristo, não encontrará aqui a solução ideal. Não é crível que naquela altura o Homem encarasse o amor exactamente da mesma maneira como o encaramos hoje e muito menos que a lingua inglesa existisse como idioma. Mas também o que é que isso interessa? Venham mas é daí o tigres-dentes-de-sabre!! 5/10

PS — Lembram-se da "Quest of Fire ? 1981, parece que foi ontem...

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