sábado, 4 de agosto de 2007

Taxi 4


Luc Besson, através da sua produtora a Eurocorp, estabeleceu-se como um exímio produtor de êxitos de box-office. Um autêntico Jerry Bruckheimer do velho continente, misturando as culturas pop americanas com a francesa, mas nem sempre com os melhores resultados. Em termos cinematográficos, a série «Táxi» é cada vez mais inócua, mesmo se nas bilheteiras a história é diferente: no primeiro fim-de-semana, em França, um milhão de espectadores “apanharam” o «Taxi 4».

O gag inicial de «Táxi» é sempre um cartão de boas vindas. Chegou a vez de Cissé, um futebolista mundialmente conhecido, que faz a ponte entre o tunning e o futebol, o sonho dos espectadores com mais speed.

Rapidamente o filme afasta-se do signo da bola e da sua imagem de marca - a velocidade, ficando lento e demasiado déjà vu. Para além da aceleração em rodas motrizes, «Táxi» sempre teve ênfase nos personagens, mas neste caso os suspeitos do costume são entediantes, ainda que encontremos alguma renovação no registo: os miúdos filhos dos protagonistas; Marley, um polícia rastafári; o General, que é uma caricatura na tradição da B.D franco-belga; e Petra, a escultural polícia de série B.

«Taxi 4» é, de algum modo, um filme de passagem de testemunho tanto de pais para filhos, a nível subliminar, como de personagens principais para secundários. Daniel (Samy Naceri) e Émilien (Frédéric Diefenthal), até agora os motores da série, estão mais velhos, são pais, têm obrigações e andam com os filhos atrás. São os miúdos patuscos salvam o dia numa série de gags simples que marcam a diferença. Quando os pais questionam que será do futuro dos seus filhos, a resposta certa está encontrada - actores da saga «Táxi».

Pelo contrário, as personagens “adultas” são irritantes e parece que engoliram um papagaio. É o caso de Gilbert (Bernard Farcy), o comissário que ascende a personagem principal com uma performance enrolada e demasiado extensa que não é de todo a sua responsabilidade. O enredo trilha o absurdo: um super criminoso (“o diabo da Tasmânia”) está à solta por culpa da desastrada esquadra de Marselha.

Na falta de originalidade, a acção centra-se em demasia na esquadra e nos seus agentes. As perseguições automóveis, escassas (três carambolas picam o ponto neste sector), são feitas em câmara lenta, enquanto o final apoteótico versão scarface é a machadada final num filme em ponto morto. 5/10




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