segunda-feira, 16 de julho de 2007

The Constant Gardener (2005)

Numa zona remota no norte do Quénia, a brilhante activista Tessa Quayle (Rachel Weisz) é encontrada brutalmente assassinada. O seu companheiro de viagem, um médico local, desapareceu. Tudo indica tratar-se de um crime passional. Os membros do Alto Comissariado Britânico em Nairobi partem do princípio que o seu colega e marido Justin Quayle (Ralph Fiennes), pacato diplomata sem grandes ambições, deixará o assunto ao cuidado deles. Mas não podiam estar mais enganados...

O sucesso do realizador brasileiro Fernando Meirelles com o genial Cidade De Deus, abriu-lhe definitivamente as portas de Hollywood. E o primeiro filho desta união chama-se The Constant Gardener. Filme esse que é na realidade a junção de duas histórias diferentes: uma história de amor profundo entre as personagens principais (contada através de constantes flashbacks) e um thriller político sobre actividades ilegais de laboratórios farmacêuticos em África.

As verdadeiras mais-valias de The Constant Gardener estão nas bem conseguidas interpretações. Se por um lado, Ralph Fiennes já nos habituou a papéis bem conseguidos (vejam-se os bons exemplos em Schindler's List e The English Patient); por outro lado a belíssima Rachel Weisz surpreende pela positiva com a melhor interpretação da sua carreira, num papel forte e emotivo. Quanto aos secundários, também há algumas caras conhecidas como Danny Huston e Bill Nighy, entre outros com interpretações não tão bem conseguidas mas ainda assim assumiram alguma importância para o desenvolvimento da narrativa.

Possuidor de uma bela fotografia de César Charlone (nomeado para o Óscar por Cidade De Deus), no fundo esta produção critica várias instituições e o seu verdadeiro papel na ajuda ao combate de doenças que, todos os dias, se propagam em território africano. Na realização, Meirelles não surpreende e filma ao nível do exigido, revelando paisagens africanas tristes e simultaneamente lindíssimas bem como momentos de intimidade entre Justin e Tessa. O problema está nos constantes abanões da câmara que não parecem resultar tão bem como em Cidade De Deus, tal como a intensidade da trama. Na verdade, é-nos dado pouco tempo para começar o vazio sentido pela personagem de Fiennes...o que é pena, pois no restante não há nada de negativo.

Só um aviso: não deixem passar ao lado este filme e se possível leiam o livro homónimo de John Le Carré, no qual se baseiou esta obra. Além de abordar questões interessantes, retrata de forma convincente assuntos bem actuais e dignos de deixar qualquer um a reflectir. Para ver e pensar! 8/10

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