sábado, 27 de janeiro de 2007

The Magdalene Sisters (2002)

Esta foi outra das películas que fez a Igreja Católica excomungar o cinema do ano de 2002. Depois de O Crime do Padre Amaro, era natural uma reacção deste tipo. Mas o natural não significa desculpável e o que assistimos é aqui bem perto e há muito pouco tempo. Não é no Afeganistão, ou no Iraque. É na Irlanda e é chocante. De qualquer maneira não vou entrar no campo da crítica religiosa mas apenas falar do filme.

Condenadas por crimes hediondos para a época, três mulheres são forçadas pela família a irem para uma prisão, perdão… lavandaria … perdão… convento… das Irmãs de Maria Madalena. Para quem não sabe, Maria Madalena foi uma “pecadora” há 2003 anos atrás. Nascida em Magdala, na antiga Judéia, esta mulher acabou seguindo Jesus e, supostamente, depois da morte deste, os seus apóstolos. Quem foi realmente não se sabe.

Há versões. “Uma louca alucinada com que Jesus deslumbrou o povo da época, tirando os demónios do corpo, como hoje fazem os exorcistas na TV? Uma prostituta que tentou Jesus?” (lembram-se do filme a Última Tentação de Cristo?). A Apóstola dos Apóstolos? Enfim…a verdade é que se tornou um exemplo aplicado até 1996 (altura em que encerrou o último destes conventos).

A vida nesse local santificado era repleta de abusos, todos em nome de Deus e as pecadoras teriam de sofrer para se purificar. O que é curioso, é que o filme que realmente poderia ser escandaloso, nem o chega inteiramente a ser. Não há uma exploração desmedida das personagens, mas sim da Igreja e tudo é rotulado como bárbaro. Padres que abusam de estas mulheres, uma Madre Superior tirana e que constantemente contava o dinheiro transformam o filme em algo forçado, e visualmente superficial.

Bons desempenhos no feminino e uma realização aceitável transformam esta história num filme a ver, mas sinceramente a postura de como tudo foi pensado e elaborado poderia ser bastante melhor. A alma do filme existe mas está subaproveitada e até mesmo corrompida, o que é pena.6/10

Site Oficial




1 comentário:

Anónimo disse...

Infelizmente e no nosso Portugal ainda há histórias do género para contar... incrível é como a igreja católica consegue que estes filmes nunca causem grande alvoroço.